sexta-feira, 22 de abril de 2011

Joining you

Ele entrou por aquela porta , mesmo sem querer a bateu. Reação mais que conveniente para um traidor, eu estava absorvida pelo ódio, mas precisamente pelo ódio que ele me fazia sentir dele.
Não parecia uma história ambígua , mas era a releitura de um filme ruim.

Pensei em comentar do seu fedor de uísque barato, misturado ao seu suor que escorria pelas têmporas, parou em minha sala , e vindo em minha direção sem sequer perceber que levára o meu tapete ao teu pé , tenta se explicar , agarrar-me de tal forma , como que se eu o perdoa-se apenas por estar ali, por beijar-me.

A minha vontade se fez diante da necessidade de tê-lo comigo ,perdoei , erro passado , engano futuro.

Depois do abraço abarrotado e de súplicas um tanto quando arrebatadoras , rendo-me aos seus olhos que me pediam somente um abraço.

Nossa vida parecia uma peça mal ensaiada e vaiada pelas criticas ,mas eu adorava aquilo,era uma tortura salientada pelo vicio de sofrer , alguns chamam isso masoquismo.

Belo e sublime prazer pela dor.

Era mais que esperado .

Uma tarde de sábado , confissões que nao chegariam em nada, pessoas que não se mostram verdadeiramente, seria tudo um jogo do destino, ou só seu uísque que estava deixando-o demente .

Me revi numa mesma cena com outros móveis. Ele dizia que amava ou odiava o meu modo de agir?

Não era algo real, eu pensava.

Eu ouvi um dia , de sua boca alguns dizeres tortos sobre o amor em uma caixa de música, mas só de imaginar sua boca proferindo que amava outra ja me angustiava, era aquilo tudo real eu indaguei novamente, ou apenas o gosto adocicado de um vinho barato em meu palato, naquela mesinha de centro , onde normalmente não havia nada, eu reparei num porta retrato.

Sim , estava ele enfeitiçado por outros lábios e não os meus.

Me desfiz de tudo que senti ,logo, sentada ,olhei por todo lado, não sentia mais frio,mas sentia o ar inebriante do inverno se aproximando.


Ninguém passava por ali a dias , ele não batia mais a porta, a razão do meu ódio e de meu amor havia se esvaído.

Por mais que eu imaginasse algum sentimento sádio por ele , nunca conseguiria mantê-lo por tanto tempo, não sabia se sua camisa aberta e seu cheiro de uisque me entorpeceria ao tal ponto de ser uma história eterna .

Sobretudo, depois da minha derrota moral em tentar esquecê-lo, na noite passada o visitei.

Ainda as mesmas palavras ,o mesmo cheiro em sua cozinha , como se nada comestível tivesse passado por lá a dias.

A mesma expressão em seu rosto cálido prevalecia, nem mesmo meu toque o desajustava mais.

Se não fosse nossos incômodos , se não fosse nossos sucessos ,se não fosse nossas emoções,
eu me juntaria a ele.


Afinal , se nada haveria de existir ou sequer ter alguma importância , porque eu continuava ali ,
a observá-lo dormir, talvez a forma com que aquilo parecia , contudo , eu continuava austera .

Eu poderia ser somente a menina com aquelas rosas na mão, no nosso primeiro encontro? Isto não seria irônico!

Você e eu, somos como crianças de 4 anos ,queremos saber o porquê e como funciona cada coisa.
Queremos nos revelar à vontade e dar nossas opiniões.
E nunca falar pouco, e sermos sempre intuitivos.


Nada daquilo fazia algum sentido a não ser o fato de seu semblante me transmitir a paz e o tormento no mesmo instante.

Minha mente não pensava mais.

Eu havia me perdido, ao encontra-lo talvez

.

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